domingo, maio 22, 2011

O Cristal Encantado


Pessoas Queridas,

A Estante Mágica não é composta apenas de livros, mas também de impressões e memórias. Hoje quero falar sobre um dos filmes que mais marcaram a minha adolescência: O Cristal Encantado (no original, "The Dark Crystal"), dirigido por dois mestres de bonecos, Jim Henson e Frank Oz. O conceito inicial dos personagens foi de Brian Froud, conhecido por livros como Faeries (que eu tinha, emprestei e não me devolveram!) e que, mais tarde, ajudaria Henson e Oz em outro filme emblemático, Labirinto, estrelado por David Bowie.

O Cristal é de 1982 e eu assisti no cinema. Não sei se o lançamento aqui foi no mesmo ano, mas deve ter sido pelo menos próximo, portanto eu tinha alguma coisa como 13 ou 14. Na época escrevia (ou tentava escrever) romances históricos passados no Brasil, ainda não tinha lido O Senhor dos Aneis nem nada que se possa considerar fantasia épica, pelo menos que me lembre. Fui ao cinema com minha irmã, sem esperar muito do filme de animação - e o resultado é que voltei de lá com a cabeça cheia de imagens e sonhos.

O filme - quase todos devem ter visto - se passa, segundo o prólogo, num outro planeta, iluminado por três sóis. O lugar é habitado por duas raças chamadas Mystics e Skeksis, e a tradução brasileira enfatizou a dicotomia entre elas batizando-as de Místicos e Céticos. Os primeiros eram uma raça tranquila, que praticava a magia natural (tinham um xamã, um alquimista, um curandeiro, todo mundo vivendo na paz) e sua representação física era condizente: enormes e velhas tartarugas que entoavam o mantra Om. Já os Céticos eram uma detestável e assustadora sociedade de corte representada por abutres. O planeta contava ainda com uma raça de duendes camponeses, daquele tipo brincalhão e divertido, os Podlings, e com uma de - digamos - elfos, ou duendes aparentemente mais sofisticados, os Gelflings, dos quais restavam apenas um rapaz e uma moça. Isso por causa da perseguição dos Skeksis, já que uma profecia afirmava que os Gelflings iriam restaurar o Cristal há muito tempo quebrado e acabar com seu reino de terror.

Quando o filme começa, a profecia está prestes a se realizar, anunciada pelos três sóis que em breve entrarão em conjunção. O líder dos Místicos morre logo após ter revelado a Jen, o jovem Gelfling que é seu pupilo, que é seu destino "curar" o Cristal. Jen parte em busca do estilhaço que falta, daí se iniciando uma aventura que inclui seu encontro com a outra Gelfling, Kira (um dos momentos mais legais é quando ela revela o porquê de ter asas, ao contrário dele), um ataque à vila dos Podlings, uma visita às ruínas de uma cidade dos Gelflings e várias outras peripécias. O casal é também aliciado - e traído - por um Skeksi caído em desgraça, e cujas interjeições "hmmm! hmmm!" mexeram com meus nervos adolescentes.

E, no meio disso, acontece uma coisa interessante: toda vez que um Místico morria ou mesmo se feria, isso também acontecia com um dos Skeksis. Cada qual tinha no outro grupo seu correspondente. Espectadores de hoje, acostumados a esse tipo de filme e de aventura, teriam sacado o porquê de cara, mas eu só percebi no final, quando Jen consegue restaurar o Cristal e os Místicos se umem aos Skeksis, cada dupla se tornando um ser único e integral. Assim, eles conseguem transcender a outro plano de existência, deixando aos Gelflings (e aos Podlings sobreviventes) o conselho de viver sua vida sob a luz do Cristal.

É uma ideia simples? É. Funciona? Totalmente. Cinco anos após o lançamento do primeiro filme da série Star Wars a ideia de Yin e Yang - Bem e Mal como o lado "negro" e "luminoso" da mesma Força - era reforçada de forma ainda mais explícita, contribuindo para que a noção de Equilíbrio substituísse o maniqueísmo puro e simples. Com a partida dos Místicos e dos Skeksis, o planeta fica entregue a raças mais jovens, mais "terrenas", que vão errar, ter sentimentos negativos e atitudes pouco nobres, mas, em contrapartida, saberão compensar tudo isso. E no fim a Luz prevalece, e o Bem vence o Mal, como dizia uma cantiga num conhecido desenho animado da mesma época.

É dificil avaliar até que ponto meu trabalho posterior foi influenciado por esse ou qualquer outro filme. Sou escritora, e para além disso uma pessoa que é mais de palavras do que de imagens, por isso é mais fácil identificar as obras literárias que me marcaram. Mas a ideia da necessidade de equilíbrio entre as forças, da alternância de luz e sombra - e da aceitação da existência de ambas em todas as pessoas - essa eu creio que dá para perceber na maior parte dos meus textos. Sem falar nas imagens do filme, às quais eu volto de vez em quando para me emocionar e me inspirar para futuros trabalhos.

Enfim, O Cristal Encantado é um filme que recomendo a Místicos e Skeksis. Sabendo com certeza que, embora algumas pessoas se esforcem por provar o contrário, nenhum de nós é apenas um dos dois.

Abraços a todos,

Até a próxima!

quinta-feira, maio 19, 2011

Os Herdeiros dos Titãs



Pessoas Queridas,

A pedido do autor Eric Musashi, venho divulgar o romance épico Os Herdeiros dos Titãs, que acaba de ser lançado pela Giostri Editora. Primeiro volume de uma trilogia, o romance, segundo a sinopse, narra as lutas e revoluções travadas no período de decadência de uma civilização de 4.000 anos, agora sujeita aos caprichos de uma rainha e seus sacerdotes.

Para conhecer um pouco mais sobre o livro, o universo e os personagens, assistir ao booktrailer e até mesmo ler o primeiro capítulo (aproveitem, que nem todos os autores dão essa colher de chá!)basta acessar o blog oficial. Ou você pode ir direto para o teaser clicando aqui.

Boa leitura!

segunda-feira, maio 16, 2011

Tempo de Plantar e Tempo de Colher


Pessoas Queridas,

Por motivo de absoluta falta de tempo, a Estante Mágica precisou ficar parada por alguns dias. Vocês entendem, eu tinha compromissos pendentes, coisas que precisava fazer acontecer e outras às quais tinha que dar andamento.

Ainda estou no meio do processo, plantando um pouco aqui e semeando um tanto mais adiante. Esta semana, porém, pretendo me organizar um pouco, pôr em dia leituras e correspondência - principalmente com meus parceiros e o pessoal que escreveu a respeito - e, se conseguir, bolar um cronograma de escrita e postagem que contemple inclusive o mês de julho, quando devo viajar por duas semanas.

Já tenho umas ideias pra usar aqui, incluindo a retomada de uma série antiga, as Memórias de Leitura, sobre obras lidas até os 20 anos de idade e que foram marcantes. No entanto, ficaria muito feliz se vocês pudessem sugerir mais temas, de acordo com o que já se encontra no arquivo desta estante. Ou simplesmente dissessem, nos comentários, o que curtem mais por aqui: dicas literárias, textos sobre Mitologia e temas afins, crônicas, memórias...

Então? Vocês me ajudam a semear, pra que depois possamos colher juntos?

Aguardo - e aguardem-me!

Abraços a todos!