(... só que agora eu tenho mais!)
Presença
Às vezes um espírito me segue.
Eu não o chamaria anjo ou demônio,
consinto apenas que venha e se apegue.
Às vezes, se medito na clareira,
ele brinca entre os troncos, e me espreita.
Sua presença é atenta e companheira.
Às vezes temo que ele me apareça
tal como é; e no meu despreparo
para enfrentá-lo, ele se vá e me esqueça.
Às vezes me pergunto o que seria.
Não sei se ele me ama ou se me odeia,
apenas me observa, noite e dia.
Às vezes, se repouso, sem que eu veja
ele se achega e penetra em meus sonhos
e a um tempo só me atemoriza e beija.
E então eu sinto que a resposta é esta:
quem me acompanha é o Guardião do Dharma,
lembrando o pouco tempo que me resta.